Abrindo o Estadão de hoje, encontrei uma bela capa do Caderno 2, com o título: “Urbes Mutantes“. A reportagem trata sobre a cidade de São Paulo, desde o ponto de vista da arquiteta e urbanista Elizabeth de Portzamparc. Com um diálogo claro e preciso sobre meios de transporte, moradia, a relação da arquitetura com espaços públicos e materiais de construção, ela nos faz entender que o caminho que estamos traçando para as cidades brasileiras ainda está bem longe de uma cidade ideal.
Algumas das frases mais interessantes que destaquei na reportagem:
“Nos projetos públicos, em geral, os júris são compostos de pessoas ligadas a esse dogma de edifícios retangulares, quadrados, uma arquitetura de caixote ou de agulheiro. Acho uma pena, porque isso limita inclusive os arquitetos paulistas. (…) A cidade precisa de uma imagem mais dinâmica, mais solta, mais leve.”
“Frank Gehry cria contexto. Há edifícios que dialogam com o contexto, ele cria contexto. Então, se cada arquiteto criar um contexto perto do outro, o que vão se tornar as cidades?”
“É importante que a arquitetura média seja calma e pontuada de edifícios simbólicos.”
“Elizabeth defende que São Paulo intensifique o uso do concreto por razões ecológicas, e tem certa restrição ao uso do vidro. O vidro é um material que não é nada sustentável. Os vidros espelhados são uma imagem americanizada que criam efeito de estufa.”